Fomos ao cinema, nesta quinta-feira, assistir à Tropa de Elite 2 (eu e Moretto). Enquanto passavam os trailers, as pessoas iam entrando e se ajeitando, mas dentre estas pessoas lá estavam as crianças – aí eu pensei (1): “16 anos precisaria para ver” – e aquelas crianças que vimos tinham aproximadamente uns 6/7 anos. Pensei (2): “e eu que deixei de levar o meu filho (9 anos) para ver o filme que ele tanto queria”. Ainda tive de explicar o motivo pelo qual ele não poderia ir conosco, esquecendo-me que as regras foram feitas para serem quebradas.
Mas, desabafos a parte, quero falar do filme. Alías, eu preciso falar do filme.
É que – em comparação ao primeiro – Tropa de Elite 2 revela uma diferença bastante marcante na passagem de um filme para o outro, i.e., o bode expiatório mudou. Tropa de Elite 1 demonizou a figura do traficante de drogas (generalizando, já que não há o traficante - peculiaridades), agora, como diz no início do filme: O inimigo é Outro. Então o algoz (traficante) pode não ser ‘tão’, ou revelar-se bem menos demonizante que os miliciandos, mas no Tropa 2 os agentes de segurança são extraordinariamente repugnantes em relação aos traficantes.
Mas eu prefiro voltar ao início do filme, que dizia mais ou menos assim: “qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência, este filme é uma ficção”. Depois de assistir ao filme torna-se meio obrigatório retornar a estes dizeres: Ficção (?).
Minha percepção é de que este filme é literalmente um soco no estômago (!). Saí do cinema sentindo exatamente esta sensação. O filme é extraordinariamente fantástico e mostra a “ficção” como ela (é), deixando a realidade "careca".
Muitas questões severamente importantes são abordadas no filme/ficção, e qualquer semelhança com a ficção é pura coincidência. Antes (Tropa 1) tínhamos a guerra contra o traficante/tráfico de drogas, agora (Tropa 2) temos a guerra contra o sistema.
E eu vou levar o piá para ver Tropa 2...