segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A prática do 'bareback' e o (des)valor com a vida

Vejam: 


Ontem à noite, assistindo ao Tele Domingo, chamou atenção - e muito (!!!) a matéria veiculada pelo programa sobre a prática do bareback em Porto Alegre.

"Segundo o programa e a Zero Hora de hoje, cresce no Rio Grande do Sul a prática que prega relações sexuais sem camisinha, inclusive com portadores do vírus HIV, trata-se do bareback, que já conta com comunidade em sites de relacionamento e festas exclusivas para praticantes. Em reportagem especial, o Teledomingo, programa da RBS – retransmissora da Globo no Estado - apresentou ontem como funciona a prática.
Além de frequentar chats, a reportagem foi a uma festa promovida por praticantes de bareback. O encontro foi em uma boate no centro da Capital, onde os frequentadores - a maioria homossexuais - utilizavam cabinas para fazer sexo. De fora, curiosos observavam por buracos nas paredes.
Os casais não usavam preservativo. A exposição ao risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis faz parte da prática que mistura adrenalina, fetiche e prazer. “A maioria não está preocupada com doença, com o que vai encarar depois”, afirma um barebacker de 42 anos, que pediu anonimato.
O comerciante, que vive na região da serra gaúcha, lamenta ter pego o vírus HIV em uma relação sexual sem camisinha. Para ele, o bareback só tem uma definição: “É uma roleta-russa.”
Fonte: Zero Hora

A reportagem mostrou que a busca pelo prazer (?) está relacionada com um comportamento autodestrutivo, uma vez que as pessoas que partilham deste mesmo universo, por exemplo, em páginas de relacionamento como o orkut (que está na foto acima), buscam a prática de sexo com parceiros que, muitas vezes sabem que estão contaminados pelo vírus HIV, e querem se contaminar, por isso não usam preservativos. Note-se: não é a pura e simples irresponsabilidade de "saber que pode pegar o vírus", não...o fato que as pessoas sabem que vão pegar o vírus, e querem correr este risco, cuja "justificativa" será de não mais pegar o vírus HIV e de que o "tesão" que sentem pelo risco vale a pena.

Eu, sinceramente, fiquei chocada com esta situação (inacreditável). Podiam me dizer qualquer coisa, que lançaram uma droga nova, uma tecnologia que ninguém nunca havia imaginado, que surgiu uma teoria que um cara fez e que ninguém nunca havia pensado, sei lá...o que fosse.

Causa perplexidade aguda, porque muitas vezes, crianças e adolescentes entram nestas redes e não possuem, na maioria das vezes, discernimento para entender muitas coisas que são, em muitos casos, bem mais simples/perceptíveis do que a prática do bareback.

Há uma sobreposição do prazer (desejo) acentuada, que ignora a preservação da saúde - que não é, muitas vezes de outrem, senão a sua própria saúde - de modo que o ser humano demonstra implacável poder de destruição de si mesmo. A exemplo disso, aqueles que praticam o bareback dizem que se estiverem infectados estariam então "livres" para sempre do uso de preservativo e da própria doença.

As cenas em páginas de relacionamentos, e aquelas veiculadas ontem no Tele Domingo, demonstram o quanto matável é a vida de cada um desses praticantes de bareback - autopunição, flagelo - demonstráveis a quem quiser ver, como por exemplo, são os e-mails dos praticantes: hiv...@ e assim por diante.

Não trata-se de pensar apenas no que isso significa em termos de saúde pública, mas também no que isso representa na sociedade atual, no (des)valor praticável em diversos seguimentos, a quem sequer atingir? A preocupação em torno da prevenção ao HIV, que há muito se vem trabalhando, deve, agora, mudar, pois não se trata mais de uma prevenção para aqueles que não querem ou não gostariam de pegar, mas sim daqueles que querem ser infectados: como trabalhar a prevenção daquele que não quer se previnir?

Não sei - no momento - o que pensar: fiquei nostálgica.

29 comentários:

  1. Pois é, Thaís, penso que não estamos conseguindo acompanhar a "evolução" humana. Se é que isto pode ser chamado de humano...
    O que mais me assusta é que poucas (ou nenhuma) armas temos para combater este tipo de "praga".
    Mas, como cidadãos, temos o dever de alertar os mais próximos, fazendo com isto uma corrente.
    É a única forma de tentarmos coibir este tipo de barbaridade!
    Parabéns pela iniciativa!
    Vamos divulgar...

    Abraços,

    Camila Caetano

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  2. Mila,

    não conseguimos mais, pela velocidade impressa em nosso tempo, acompanhar todas as dinâmicas.
    A prática do bareback demonstra como anda a humanidade ou 'parte dela', e isto é, ou ao menos me parece ser humano, talvez o que nos resta de humanidade, talvez aquilo que é sem sentido em nós mesmos, aquilo que podemos aniquilar do nosso humano.

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  3. Após ler este texto e sua nostalgia, me lembro bem da indignação na noite anterior, o que posso dizer é que na sociedade líquido moderna a fluidez e a volatilidade não mais permite com que tenhamos a solidez como meta. ÉA sensação do prazer pelo imediato também já se torna coisa do passado,pois o imediato, na sociedade da nano velocidade, já é passado e demasiado demorado.
    Passaram anos nos educando para entender que vivemos em uma sociedade do risco e que a luta não é a de acabar com o risco mas de reduzir ao máximo sua ocorrência.
    O que estas pessoas querem é acabar com o risco, pois lutam para ter - tal qual pessoas lutam diariamente para ter tudo que lhe apresentam como consumo do imediato. Estas pessoas querem consumir o risco para estar livre dele – ou quem sabe detentoras e controladoras dele -, uma vez que já não podem mais sofrer os efeitos psicológicos da possibilidade de ter ou estar com ele, pois nada mais angustiante, para seres humanos, do que a angustia do amanhã, do que há por vir – o homem cria maravilhas para tentar descobrir o seu futuro incerto.
    O texto também me choca, mas o que não me choca atualmente, quando tentamos construir nosso mundo em uma base sólida quando todos queremos viver, se não vivemos, na virtualidade? Vamos aguardar e notaremos que isto passará tão rápido que sequer conseguiremos lembrar como chamavam tal prática, pois isto que vimos hoje, amanhã será demasiado velho para esta geração que se move através dos sinais eletrônicos.
    Talvez, quando formos ler isto, já seja tarde e ninguém mais se lembre como isto ocorreu, exceto aqueles que ficaram para sempre marcados a ferro e fogo por sua aventura, tal qual ocorreu com a famosas pulseiras do Amor. Alguém ainda toca no assunto? Eles já esqueceram, mas nós, criados no século XX, ainda lembramos na memória, enquanto eles só utiilizam a memora de curto prazo, a memória instantânea.
    Beijos e parabéns pela indignação. Lindo texto e mais maravilhoso foi poder compartilhar a angústia da matéria enquanto ela era transmitida.
    Moretto

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  4. Moretto,

    pô!
    Sem palavras, maravilhoso teu texto.
    (Eu) ainda me lembro das tais pulseiras, e (eu) ainda vou me lembrar do 'tal' bareback.
    Considero doi pontos fundamentais: primeiro o desejo pelo risco, de modo que, quando se aceita ter uma relação sexual sem o uso de preservativo com alguém que se sabe ter o vírus HIV, termina quando o sujeito se infecta - vejo que o risco, neste caso não cessa, mas persiste e de forma dramática, com as sequelas de uma doença que (hoje) se sabe não ter cura. Como uma pessoa pode ter medo e ao mesmo tempo desejar ser infectado e, no momento que isso acontece, o medo finda, pois já não corre mais o risco de ser contaminado (já o foi); em segundo lugar me chama atenção o (des)valor...Me lembro da palestra do Jacinto no ano passado no IPA, quando falava dos assaltos, que (antes/ontem) se levavam os bens e 'eventualmente' se machuca(va) a vítima, hoje além de levar os bens e machucar a vítima, ainda se precisa cuspir no rosto dela - e este é o 'algo a mais'- como o bareback (o algo a mais).

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  5. Isto me lembra um contraponto ao livro de Bauman, pois no livro ele fala das relações que não são mais reais , mas que prefirimos as relaçoes virtuais, pois elas nos permite manter aberta as possibilidades de trocar com um simples "del". aqui, nas relações do tal bareback, o laço de sangue se posterga no tempo, como se fossemos a partir de agora um só corpo, presos pelo mesmo vírus.
    ufa. acho que estou ficando maluco.

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  6. O preferir das relações virtuais (instantâneas), possibilita a modificação, a telepresença etc e tal, mas a realidade do risco de infecção pelo vírus HIV não permite o retorno/troca com um simples "del"...

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  7. Pqp, não há psico-soci-antrop-(etc.)ologia que dê conta de entender esse comportamento...

    Abraços, David Leal.

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  8. David,

    ...psico/socio/antorpo(ologia)não estão dando conta de certos fenômenos, ainda mais quando se tratam de fenômenos complexos como a prática do bareback...
    pela complexidade, temos que lidar com algumas ausências, e sobremaneira, com as discussões construídas sobre certas temáticas.

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  9. Situação semelhante já ocorreu nos EUA (acho). Pelo que eu meu lembro das reportagens, algumas pessoas se reuniam em boates para trocar seus parceiros sexuais. No entanto, uma pessoa entre 10, por exemplo, era portadora do vírus HIV. Parece-me que nessa situação o prazer estava na sorte, assim como uma roleta russa. Já esses sujeitos que praticam o tal do bareback querem mesmo é contrair a doença... Bem, fico com o que o Moretto disse, talvez esses sujeitos pensem em acabar com o risco.
    Certamente é complicado, muuuuito complicado (como diria o prof. Gilmar).

    David.

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  10. David,

    pensando no que você escreveu, o Moretto comentou que lembrava deste caso (vagamente), então resolvi ir atrás, e li uma reportagem da VEJA de 2002, e inacreditavelmente narra em diversos locais a roleta russa do HIV.
    Não me vale a pena "recortar e colar" aqui a reportagem, mas vale a pena ler e ver com os teu´ prórpios olhos: http://veja.abril.com.br/040902/p_076.html
    O Moretto, ao meu lado neste momento, está dizendo: "Me parece que as pessoas já sentiram todos os prazeres - de forma tão rápida - que nada é suficiente, então elas vão sempre procurar 'novos' limites.

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  11. Talvez não haja mais limites (Deus está morto mesmo, hehehe). Eu li um livro bem legal, a partir de uma perspectiva psicanalítica, sobre essa ausência de limites, o título é "Um mundo sem Limites", de Charles Melman. Ele diz que esse excesso de gozo encontra explicação - entre outras- na ausência da figura paterna, principalmente por esta perder o seu lugar na sociedade atual.
    Li a reportagem, parece ser o mesmo fenômeno que está havendo aqui em Porto Alegre, não?

    David.

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  12. corrigenda:
    o nome do autor é Jean-Pierre Lebrun.

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  13. Melman é ótimo!
    O mesmo de "como alguém se torna paranóico", mas este livro em específico eu desconheço.
    A figura do pai, sempre o 'pai'....
    O fenômeno (relatado de 2002) é o mesmo diagnosticado em Porto Alegre em 2010.

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  14. Indignação é a palavra mais próxima para traduzir meu sentimento neste momento.
    A campanha de prevenção do vírus do HIV e outras DST`s na minha opinião cumprem seu papel.
    Milhões de reais são gastos em campanhas e no tratamento para portadores do vírus HIV.
    Este tratamento compreende o uso de retrovirais ( que não são nada baratos), médicos especialistas (infectologistas), exames de alta complexibilidade e uma vasta gama de profissionais altamente qualificados para o suporte não só do portdor, mas também dos familiares (psicólogos e assistentes sociais). Para além do tratamento são disponibilizados grupos de apoio e auto ajuda, que são fundamentais para que se consiga viver "bem" mesmo portando uma doença tão severa como esta. Este movimento consiste para a conscietização da continuação da prevenção. Leia-se, tudo disponibilizado pelo SUS.
    O Brasil hoje é refêrencia no tratamento e também na prevenção desta doença.
    Os médicos brasileiros estão entre os melhores do mundo.
    Meu discurso nunca foi político (aliás nem me atrevo a discorrer sobre) mas a verdade tem que ser dita, o Governo Federal neste sentido cumpre seu papel.
    O que estas pessoas estão fazendo é crime contra a humanidade.
    Desabafo aqui minha ira, minha raiva e minha revolta contra estes, que não parecem humanos, logo irracionais.
    Cristiane Azevedo.

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  15. Cris,

    o ponto do qual te referes é importante para esta discussão, (saúde pública), importante porque - chave - ao debate.
    Note que, nesta situação específica, estas pessoas não pensam na prevenção, no que irá decorrer caso sejam infectadas, realmente é o 'desejo' instantâneo, a busca pelo prazer imediato, e isso isola o pensamento das consequências da prevenção que permanece - mesmo depois de ser infectado.

    Para vermos como é díficil esta situação, pois nem mesmo refletem, alías, não refletem nada, absolutamente nada.
    Eles não vão pensar como será o tratamento, o que eles terão de fazer para se manter bem, ou tentar viver de forma digna, ou talvez só pensem nisso quando seja tarde demais (como foi o caso do homem, se não me engano de 42 anos, que se arrependeu da roleta russa e que está expresso no texto acima da ZH).

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  16. Nós, pessoas do século XX tentando enterder o comportamento do século XXI. Apesar de todo o esforço é necessário entender que no mundo veloz do imediatismo, onde "temos que tomar todas", " temos que pegar todas", "temos que ter tudo" o todas é tão veloz que ao mesmo tempo que nos entorpece de prazer nos derruba a mais profunda depressão, pois hoje fazemos "tudo" mesmo antes que a adolescencia tenha cegado ao seu fim, só nos restando chegar ao final do tunel muito rápido e procurar uma pequena brecha (qualquer coisa) para andar pelo menos mais um pouco, ou senaão, a vida chegou ao seu limite e para que não acabe....Você tem algum remédio contra o tédio?... Adolescentes hoje vivem a base de antidepressivos, pq?
    Rodrigo Moretto

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  17. A velocidade impressa em nossas vidas, faz com que tenhamos a necessidade fugaz do prazer, através da obtenção do desejo, esquecendo-se que, em muitos casos, este 'gozo' se dá na sua própria ausência.

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  18. Sabe, Moretto e Thaís, de vez em quando eu penso em temas, pontos de partida, problemáticas, questões, etc., que poderiam ser elementos relevantes para se escrever uma obra literária. Por óbvio, são apenas idéias (meio coisa de louco)... que talvez possam ser trabalhadas futuramente... Uma delas seria falar de uma sociedade em que as pessoas chegariam ao término das suas vidas aos 20 ou 25 anos. As que chagassem aos 30 seriam demasido velhas. Inconcebível. E isso se daria pelo simples fato de se viver experiências na mais alta intensidade e no mais curto lapso de tempo, isto é, aqui entraria esse contexto que estamos discutindo. “Gozos” frenéticos. Satisfações momentâneas-velhas (seguindo aqui o Moretto). Todo gozo causaria, ao mesmo tempo de sua consumação, uma certa repugnância. Consequentemente, pretender-se-ia experimentar outras satisfações (aqui não me refiro só às drogas). O problema é que o corpo, organismo ou máquina, não suportaria tal ritmo alucinatório, isto é, as pessoas morreriam de velhas - velhice psíquica e biológica-, não por doenças. Talvez, poder-se-ia pensar em uma depressão que atingiria o individuo pelo excesso de experiência; excesso de risos; excesso de alucionações; excesso de vida; excesso de tudo e que o mataria. A questão pairaria sobre o tempo: se viveria tanto em tão pouco tempo... acho que esse seria o cerne da estória. Enfim, às vezes penso em coisas desse tipo, que poderiam ser trabalhadas livremente em um livrinho de literatura... não é muito original (exceto o fato de se morrer aos 20 anos por conta do excesso de "vida", que me parece interessante, rsrs).

    De qualquer forma, acho pertinente nesse contexto a pergunta que fez Foucault: “que estamos fazendo de nós mesmos?”.

    David Leal.

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  19. David,

    seguindo as palavras do Moretto (que ficou aqui muito emocionado lendo (eu) em voz alta reproduzir as tuas escritas), tu deves escrever, é isso mesmo: deves escrever!
    O Moretto disse que tu evoluiu muito e que tu tens que mostrar ao mundo o que tu pensa, e que nada do que existe é original, que as coisas são (re)criadas ou até mesmo copiadas o tempo inteiro.
    Ocorre que, em muitas das vezes, alguém consegue dizer aquilo que os outros pensam, mas de uma forma que as pessoas que pensavam aquilo não conseguem se expressar. Ou então...se (re)criam coisas sob uma nova roupagem, dando novo colorido as palavras como se elas fossem algo de novo com um toque de genialidade.
    Enfim, nada é novo, "nada se cria, tudo se copia", e se chega em um jeito que já nem se sabe mais o que as coisas são.
    Tuas ideias são fantásticas, tua dedicação é excepcional e tu deves seguir assim David, sempre superando a ti mesmo. Não precisa ser como - muitos/ou a maioria - que busca sempre superar aos outros, enquanto deveria superar a si.
    Tua genialidade deve continuar a ser explorada, e tua capacidade ainda vai dar muito no que falar.
    Eu vou adorar ler as tuas escritas!
    Grande abraço,
    Thaís.
    "que estamos fazendo de nós mesmos?"

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  20. Obrigado pela consideração, Thaís. Realmente vocês são pessoas muito legais, merecedoras de admiração. Mas, se houve alguma evolução o Moretto é um dos principais "culpados", hehehe. Só tenho a agradecer-lhe e quando puder retribuir-lhe.
    Enfim, obrigado pelas tuas palavras e segue firme no Blog.
    Abraços, David.

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  21. Que bom que ele é um dos principais culpados, fico muito feliz em saber disso e ele também!!!
    Segue assim David,
    abração

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  22. Thaís e David;
    Ambos tem uma escrita muito peculiar e um conhecimento que penetra o pensar filosófico. Vocês utilizam muito bem o dom da escrita conseguindo apreender palavras que expressam um profundo sentir, permitindo ao leitor experimentar a sensação imaginada pelo autor.
    Arregassem as mangas e mão a obra, quero ver os dois produzindo um texto junto, cada um sob o seu viés, que debata o tema dos referênciais efêmeros da nossa sociedade.
    O ponto de partida, ambos já manifestaram acima, agora só precisam trazer a lume a mais nova criação de duas pessoas que têm um brilhante futuro que ira ligar a filosofia e o direito, assim como deseja a nova aliança de Ilya.
    Dica: os livros do bauman "amor liquido" e o "vida para o consumo" são um bom referencial crítico. Moretto

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  23. O que mais me chamou a atenção na reportagem foi o cara que disse que a prática do Bareback representava liberdade.

    Poder transar sem camisinha, sem mais se preocupar com a possível infecção pelo HIV, é liberdade.... é o fim da paranóia da infecção...

    A que ponto chegamos... se as políticas públicas, se a educação e a informação, se estamos em um Estado com um bom nível médio intelectual, temos que ver estas declarações como termos chegado no ponto máximo da falta de liberdade (neste caso, sexual).... pois este tipo de reação é a mesma do ratinho acuado no canto que quando não vê saída, se torna violento... ou de viver numa casa gradeada rodeado de ladrões ou violência por todos os lados...

    Estas pessoas (barebackers), portadoras de HIV, e despreocupadas, caminham pelas ruas, frequentam bares, frequentam ORKUTs, e não se importam com nada.... e isso aumenta a paranóia dos outros ratinhos que ainda não conseguiram achar uma saída... mas logo inventam outra forma maluca de sair da toca...

    Na verdade a urgência é a droga desta juventude que não tem perspectivas de envelhecer com dignidade.... e a liberdade vem a reboque...

    Lobão já cantava a bola... "viver 10 anos a mil, do que mil anos a dez"....

    Quem quer sobreviver, se tranca, usa camisinha, daqui a pouco desliga o PC, apaga a luz... pára de tomar banho... enlouquece sozinho...

    Isso tem a mesma linha de análise dos jovens alemãos e suiços que roubam carros de luxo prá bater em postes e árvores prá sentir a adrenalina do AirBag....

    É isso... o último, apague a luz... e tente dormir...

    Giugliano Medeiros

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  24. De fato a reportagem foi tendenciosa.
    Existem os cientistas dissidentes da AIDS, que não acreditam que o HIV cause AIDS.

    Aqui vocês possuem alguns dos trabalhos sérios a respeito do assunto.


    Artigos em português :
    http://www.taps.org.br/Paginas/OutraaidsArt.html

    English Articles : http://www.virusmyth.com

    ANTONIO FISCHER

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  25. Certamente a reportagem foi tendenciosa, as próprias perguntas induziam os entrevistados, isso eu tbm percebi. Não se pode negar, entretanto, que há práticas sexuais como esta nas quais os sujeitos buscam um prazer intenso, não mais logrado por outros meios.

    David Leal.

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  26. Olá, muito interessante seu post ... sugiro a leitura de meu livro, resultado de minha dissertação de mestrado na UFSC,com certeza vc fará novas reflexições.

    http://www.cotidiano.ufsc.br/index.php?option=com_content&view=article&id=952:barebacking-sex-desafio-as-convencoes&catid=42:reportagem&Itemid=62

    http://www.agecom.ufsc.br/index.php?secao=arq&id=20402

    barebacking sex: a roleta russa da aids?
    editora multifoco
    Paulo sergio rodrigues de paula
    abraço,

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  27. Paulo Sérgio,

    muito obrigada pela sua colaboração, estava agora no site da UFSC lendo o link que você indicou. Fantástico! Meus parabéns, eu não sabia que havia dissertação sobre este aspecto, bom saber, assim posso tomar conhecimento e indicar para alunos.
    Obrigada.
    Abraço,

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  28. Olá Thais, obrigado pela postagem no sue microblog...abraço, Paulo

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